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Fu Xi, esse lendário imperador, também é representado como um deus-montanha. A fonte inspiradora do Livro remonta à Era de Ouro da humanidade, durante a qual se diz que os guias e instrutores bebiam direto da fonte da consciência. O segundo personagem ligado ao I Ching é o Rei Wen, fundador da Dinastia Chou (1121-256 a.C.), a quem se atribui a autoria dos 64 Julgamentos, ou seja, os textos que explicam os hexagramas. Decorridos 4400 anos desde os tempos de Fu Xi, e estando mais afastados da fonte, mesmo os buscadores do conhecimento tinham necessidade de maiores ajudas e orientações para compreender os símbolos primordiais que começavam a parecer herméticos. Ao Duque Chou, filho do Rei Wen, são atribuídos os textos das 6 linhas de cada um dos 64 hexagramas, num total de 384 "Julgamentos das linhas". Com ele completaram-se os textos tradicionais do Livro, que hoje contam mais de 3000 anos. Finalmente, coube a Confúcio (551-479 a.C.) dar ao I Ching a feição que conhecemos modernamente. Seus comentários, registrados em 7 obras, boa parte das quais agregadas ao corpo do próprio Livro, facilitam a aproximação aos ensinamentos esotéricos dessa corrente de transmissão espiritual . O contato do mundo ocidental com o I Ching se estabelece a partir do final do século XVII, através dos relatos dos jesuítas que residiam na corte de Pequim. A primeira tradução completa do livro para o latim, feita pelo Padre Regis, surgiria apenas em 1834. No final do século XIX outras duas versões, de Legge e Filastro, ampliam a divulgação do livro na Europa. Atualmente, a mais respeitada versão ocidental do I Ching é a feita por Richard Wilhelm, um pastor protestante que viveu muitos anos na China. Feita de início para o alemão, foi a seguir traduzida para praticamente todas as línguas ocidentais. As principais publicações disponíveis em português são apresentadas na Bibliografia. É um acontecimento extraordinário que religiosos católicos e protestantes tenham reconhecido a profundidade dos ensinamentos do I Ching e enfrentado todas as dificuldades que trazem a tradução de um clássico chinês. Trata-se de mais uma evidência do poder incomparável desse legado para a humanidade, que encontrou uma linguagem a tal ponto universal, que não levanta reações de natureza religiosa nem obstáculos culturais intransponíveis para tocar a alma de todos os seres que buscam qualidade. |
Este Blog é destinado a divulgação de informações relacionadas com o I-CHING como instrumento de auto-conhecimento para o ser humano.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
A história do Livro
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